Discursos e imagens do corpo: heterotopias da (in)visibilidade na web
Maria do
Rosario Gregolin[1]
O
navio é a heterotopia por excelência. Nas civilizações sem barcos os sonhos naufragam,
a espionagem substitui a aventura e a polícia os corsários.
(Michel Foucault, Outros Espaços,2001, p. 422)
(Michel Foucault, Outros Espaços,2001, p. 422)
RESUMO:
Este artigo objetiva discutir as relações entre discurso, imagem e mídia a
partir do conceito de heterotopia e dos
estudos sobre o corpo na obra de Michel Foucault. No texto Outros espaços (publicado em 1967, reeditado na coleção Ditos & Escritos volume III)
Foucault afirma que a modernidade é marcada pela existência de espaços
heterotópicos, ambíguos, em que convivem diferentes objetos e temporalidades. Para ele, a heterotopia por
excelência da modernidade é o navio (lugar sem lugar, flutuante, lançado ao
infinito do mar, de porto em porto...). Nossa proposta é que a heterotopia por
excelência do século XXI é a WEB e que nos lugares contraditórios instaurados
pela mídia digital discursos e imagens produzem subjetivações de corpos que
oscilam entre topias e utopias. Pensar discurso, imagem e corpo com Michel
Foucault nos leva a discutir o estatuto do corpo na contemporaneidade, como forma
simbólica de produção de subjetividades e discursividades. O corpo é
materialidade significante produzida historicamente. Para colocar à prova essas
afirmações teóricas tomaremos imagens postadas em blogues e redes sociais que
se constituem nessas heterotopias: são corpos impossíveis fixados em selfies; são corpos que escapam à
invisibilidade de prostíbulos e presídios e são exibidos no panóptico da WEB
como utopias consentidas.
PALAVRAS-CHAVE: Discurso, Imagem, Corpo, Heterotopia, WEB.
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Paródia da fotografia de mulher fazendo selfie no velório de Eduardo Campos |
[1]
Livre-docente
em Análise do Discurso, Universidade Estadual Paulista – UNESP/CNPq. E-mail:
mrgregolin@gmail.com