quarta-feira, 1 de junho de 2016

Discursos e imagens do corpo: heterotopias da (in)visibilidade na web

Maria do Rosario Gregolin[1]


O navio é a heterotopia por excelência. Nas civilizações sem barcos os sonhos naufragam, a espionagem substitui a aventura e a polícia os corsários.
 (Michel Foucault, Outros Espaços,2001, p. 422)

RESUMO
Este artigo objetiva discutir as relações entre discurso, imagem e mídia a partir do conceito de heterotopia e dos estudos sobre o corpo na obra de Michel Foucault. No texto Outros espaços (publicado em 1967, reeditado na coleção Ditos & Escritos volume III) Foucault afirma que a modernidade é marcada pela existência de espaços heterotópicos, ambíguos, em que convivem diferentes objetos e  temporalidades. Para ele, a heterotopia por excelência da modernidade é o navio (lugar sem lugar, flutuante, lançado ao infinito do mar, de porto em porto...). Nossa proposta é que a heterotopia por excelência do século XXI é a WEB e que nos lugares contraditórios instaurados pela mídia digital discursos e imagens produzem subjetivações de corpos que oscilam entre topias e utopias. Pensar discurso, imagem e corpo com Michel Foucault nos leva a discutir o estatuto do corpo na contemporaneidade, como forma simbólica de produção de subjetividades e discursividades. O corpo é materialidade significante produzida historicamente. Para colocar à prova essas afirmações teóricas tomaremos imagens postadas em blogues e redes sociais que se constituem nessas heterotopias: são corpos impossíveis fixados em selfies; são corpos que escapam à invisibilidade de prostíbulos e presídios e são exibidos no panóptico da WEB como utopias consentidas.

PALAVRAS-CHAVE:  Discurso, Imagem, Corpo, Heterotopia, WEB.


Leia o trabalho completo, clique aqui.


Paródia da fotografia de mulher fazendo selfie no velório de Eduardo Campos





[1] Livre-docente em Análise do Discurso, Universidade Estadual Paulista – UNESP/CNPq. E-mail: mrgregolin@gmail.com

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