terça-feira, 18 de outubro de 2016

A emergência do corpo que resiste à guerra: “índios” do Brasil

Maurício Neves Corrêa[1]
Maria do Rosário Gregolin[2]
(GEADA/Unesp-Araraquara)

Palavras-chave: indígenas; discurso; mídia; poder; colonialidade.

Introdução
Existe uma produção de discursos sobre os indígenas brasileiros que chega pelos meios de comunicação massiva e pelas redes sociais. Estas produções contribuem para as formulações que a sociedade brasileira faz sobre as identidades indígenas. Por tantas particularidades, as produções audiovisuais das/e sobre as sociedades indígenas apresentam um universo bastante amplo de pesquisa. Ainda sabemos muito pouco sobre as construções discursivas que aparecem nestas materialidades e nem mesmo podemos afirmar que os suportes por onde são transmitidas já representam um ponto pacífico nas reflexões acadêmicas.
Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), publicados em agosto de 2012, existem hoje no Brasil, 305 etnias e 274 línguas indígenas. Os números desta pesquisa divergem com boa parte dos trabalhos acadêmicos que davam conta 238 povos indígenas e suas 180 línguas nativas. Segundo o IBGE, a maior parte destes povos vive na Amazônia.
Este trabalho é uma experiência que se insere em nossa pesquisa de doutorado, cujo o objetivo é realizar um estudo arqueogenealógico sobre os diferentes processos discursivos que inventaram e inventam as identidades de povos indígenas brasileiros em produções audiovisuais contemporâneas. Pretende-se analisar com que regimes de verdade estes discursos se constituíram. Por que determinados enunciados ganharam destaque na mídia e outros foram interditados, excluídos? Que relações de saber e poder agenciaram e agenciam o movimento destas agitações históricas?
Os principais pressupostos teóricos deste projeto pautam-se na Análise do Discurso (AD) de linha francesa, especialmente aos estudos voltados para as discussões relacionadas a identidades e ao funcionamento da mídia. Neste sentido, toma-se como referência a obra de Michel Foucault e suas formulações sobre as construções históricas dos sentidos e as contribuições de J.J. Courtine. Na relação mais estrita entre discurso e mídia, as leituras de Rosário Gregolin, que retomam as formulações da AD francesa e ampliam as reflexões sobre o funcionamento da mídia no Brasil.

Leia o trabalho completo, clique aqui.



Figura 1 Frame da reportagem "Algumas palavras do povo Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul. Fonte: TV Carta maior. https://www.youtube.com/watch?v=n7tJWKCqS68
In:Anais do I Encontro Foucault e discurso no Brasil                      
[recurso eletrônico] / 
organização Samene Batista, George Lima, Thiago Ferreira da Silva. 
--Vitória da Conquista:                      
Editora Labedisco, 2016.  
389p.                          
E-book                        
 ISBN: 978-85-66665-07-9                            



[1] Estudante de Doutorado do do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"- Unesp.

[2]Livre-docente em Análise do Discurso, Doutora em Linguística, docente do departamento de Linguística da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara
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