quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Tese| TÃO LONGE, TÃO PERTO: A identidade paraense construída no discurso da mídia do Sudeste brasileiro

Leia a tese de doutorado do Prof. Dr. Marcos André Dantas da Cunha. O trabalho foi desenvolvido sob orientação da Profa. Dra. Maria do Rosário Gregolin.
 


Fonte: Dado Galdieri/AP - 07.abr.2004
(Folha de São Paulo, 17 de dezembro de 2004)
RESUMO
Nesta tese estudamos o discurso sobre o estado do Pará/Brasil, nas produções textuais e semiológicas do jornal paulista “Folha de S.Paulo”. Verificamos a regularidade que pudesse apontar para a produção de determinadas identidades a respeito desse estado amazônico. Nossa investigação fundamenta-se na Análise do Discurso Francesa, embasada em Michel Pêcheux e Michel Foucault. Considerando que o discurso se inscreve principalmente na dispersão das enunciações produzidas por sujeitos sócio-históricos, na materialidade das palavras em processo metonímico e metafórico de sentido, buscamos, nos discursos da “Folha de S.Paulo”, modos de dizer referendando,reproduzindo ou resistindo a determinados saberes sobre o estado do Pará. Pelas diferenças regionais verificadas no território continental brasileiro, estabelecem-se relações de poder, daí os sujeitos representativos dos lugares/espaços historicamente reconhecidos como “centros”, muitas vezes, produzirem discursos etnocêntricos a respeito daqueles sujeitos/lugares/espaços ditos como “margens”. Desenvolvemos a metodologia de constituição do corpus e de análise dos discursos nas produtivas noções foucaultianas de repetição e dispersão. Pela violência ao homem (chacinas/trabalho escravo infantil) e ao meio ambiente (queimadas e desmatamento), enfatiza-se a mais visível das identidades paraenses. Os repetidos, mas pontuais, textos sobre o Círio de Nazaré realizam-se em enunciados com efeitos de sentidos quase cristalizados, não possibilitando tornar o evento um acontecimento midiático. A pouca frequência de textos sobre turismo, arte e ciência, e menos ainda sobre a própria etnia indígena, também se constitui em indício de uma identidade paraense. Quando se enuncia acerca do turismo no Pará, não se deixa de dizer sobre as distâncias físicas e a falta de condições estruturais e tecnológicas. Ao se identificar artistas e cientistas como paraenses, isto parece se enunciar como evidência de diferença, de certo ineditismo. Na identificação dos indígenas do Pará com a floresta misteriosa e distante, também parecem se identificar os paraenses circunscritos ou não a esse espaço, com os índios. 

Palavras-chave: Discurso. Identidade. Sujeito. Pará. Mídia

Leia o trabalho completo



Sobre o autor:


Marcos André Dantas da Cunha possui graduação em Letras Licenciatura pela Universidade Federal do Pará (1993), mestrado em Letras: Linguística e Teoria Literária pela Universidade Federal do Pará (2002) e doutorado em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista. Júlio de Mesquita Filho (2011). Atualmente é vice-diretor de faculdade da Universidade Federal do Pará e professor titular da Universidade Federal do Pará. É coordenador do GEDIZPA - Grupo de Estudos do Discurso e das Identidades paraense. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: discurso, identidade, enunciação, leitura e verequete.

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