A emergência do corpo que resiste à guerra: “índios” do Brasil
(GEADA/Unesp-Araraquara)
Palavras-chave: indígenas;
discurso; mídia; poder; colonialidade.
Introdução
Existe uma produção de discursos sobre os indígenas brasileiros que
chega pelos meios de comunicação massiva e pelas redes sociais. Estas produções
contribuem para as formulações que a sociedade brasileira faz sobre as
identidades indígenas. Por tantas particularidades, as produções audiovisuais
das/e sobre as sociedades indígenas apresentam um universo bastante amplo de
pesquisa. Ainda sabemos muito pouco sobre as construções discursivas que
aparecem nestas materialidades e nem mesmo podemos afirmar que os suportes por
onde são transmitidas já representam um ponto pacífico nas reflexões
acadêmicas.
Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE), publicados em agosto de 2012, existem hoje no Brasil, 305
etnias e 274 línguas indígenas. Os números desta pesquisa divergem com boa
parte dos trabalhos acadêmicos que davam conta 238 povos indígenas e suas 180
línguas nativas. Segundo o IBGE, a maior parte destes povos vive na Amazônia.
Este trabalho é uma experiência que se insere em nossa pesquisa de doutorado,
cujo o objetivo é realizar um estudo arqueogenealógico sobre os diferentes
processos discursivos que inventaram e inventam as identidades de povos
indígenas brasileiros em produções audiovisuais contemporâneas. Pretende-se
analisar com que regimes de verdade estes discursos se constituíram. Por que
determinados enunciados ganharam destaque na mídia e outros foram interditados,
excluídos? Que relações de saber e poder agenciaram e agenciam o movimento
destas agitações históricas?
Os principais pressupostos teóricos deste projeto pautam-se na Análise
do Discurso (AD) de linha francesa, especialmente aos estudos voltados para as
discussões relacionadas a identidades e ao funcionamento da mídia. Neste
sentido, toma-se como referência a obra de Michel Foucault e suas formulações
sobre as construções históricas dos sentidos e as contribuições de J.J.
Courtine. Na relação mais estrita entre discurso e mídia, as leituras de
Rosário Gregolin, que retomam as formulações da AD francesa e ampliam as reflexões
sobre o funcionamento da mídia no Brasil.
Leia o trabalho completo, clique aqui.
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Figura 1 Frame da
reportagem "Algumas palavras do povo Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul.
Fonte: TV Carta maior. https://www.youtube.com/watch?v=n7tJWKCqS68
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In:Anais do I Encontro Foucault e discurso no Brasil
[recurso eletrônico] /
organização Samene Batista, George Lima, Thiago Ferreira da Silva.
--Vitória da Conquista:
Editora Labedisco, 2016.
389p.
E-book
ISBN: 978-85-66665-07-9
[1] Estudante de Doutorado do do
Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Universidade Estadual
Paulista "Júlio de Mesquita Filho"- Unesp.
[2]Livre-docente
em Análise do Discurso, Doutora em Linguística, docente do departamento de
Linguística da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara