quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Tese | De como a raposa encontrou a serra do sol: discurso, memória e identidades

Por Marcos Lúcio de Sousa Góis. O trabalho foi desenvolvido sob orientação da Profa. Dra. Maria do Rosário Gregolin.


O objetivo principal da tese é levantar problemas. Problematizar a demarcação de terras indígenas no Brasil. E este texto trata, como tema geral e por meio de fundamentos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa, de discursos sobre a demarcação de Área indígena denominada Raposa/Serra do Sol. Particularmente, propomos-nos investigar o Relatório de Lindberg Farias, Deputado Federal encarregado de ser o relator da Comissão Externa destinada a avaliar, in loco, a situação da demarcação em área contínua da Reserva indígena Raposa Serra do Sol, no estado de Roraima. Para compreender os discursos aí presentes, definimos, após observar o conjunto de textos que deu origem ao corpus desta pesquisa, que trabalharíamos os discursos a partir do seguinte efeito de verdade: de um lado, postulamos a existência de um conjunto de dizeres que se assenta na Lógica ocidental Capitalista, dita hegemônica ou colonialista, e, de outro, outras lógicas, chamadas contra-hegemônicas: ecológicas, indígenas, feministas, para mencionar apenas três exemplos. São esses dois lados discursivos que determinam o que se pode e o que se deve dizer quando da demarcação de terras indígenas. Durante os trabalhos, tratamos de investigar também a relação entre poder-saber na construção de identidades. Queríamos compreender a produção de verdades em enunciados sobre a Raposa/Serra do Sol, sabendo que a verdade é um efeito produzido pelos conflitos constitutivos de todas as relações de poder. Assim, buscamos pesquisar o que está envolvido no acontecimento discursivo demarcação e homologação da Raposa/Serra do Sol', considerando que o novo não está no que é dito mas no acontecimento de sua volta (FOUCAULT:1996, p26). Por fim, com o desejo de redesenhar investigações futuras, o que significa novas propostas de trabalho, abordamos o discurso colonial e o discurso pós-colinial, a partir de pressupostos formulados por Boaventura de Sousa Santos. Em síntese, articulamos neste texto de tese Michel Foucault e Boaventura de Sousa e Santos, além de Patrik Charaudeau e Dominique Maingueneau.

Leia o trabalho completo, clique aqui.

Marcos Lúcio de Sousa Góis 

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Goiás (1997), mestrado em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001) e doutorado em Linguística e Língua Portuguesa também pela Unesp (2007), com estágio de doutoramento no Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra - Portugal (2006), sob orientação do Prof. Dr. Boaventura de Sousa Santos. É ex-professor educador no Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo, nas disciplinas voltadas para a Leitura e Produção de Textos em curso de graduação. Foi Coordenador Pedagógico do Centro de Seleção (2008-2010), Coordenador Geral do Centro de Seleção da UFGD (2011 a 2013) e vice-coordenador do Programa de Pós-graduação (mestrado) em Letras (2012-2014). Realizou pós-doutoramento no LAEL/PUC-SP (2014-2015), sendo supervisionado pela Profa. Dra. Beth Brait. Atualmente é professor adjunto na Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD e exerce a função de coordenador do PPG-Letras. Atua na área de Linguística e Língua Portuguesa, com ênfase em Análise do Discurso, principalmente nos seguintes temas: Análise do Discurso e Estudos Pós-coloniais; Análise do Discurso e Estudos Interculturais; Análise do discurso e ensino de língua.
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